segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Príncipe e o Plebeu

Uma principesca oportunidade nos catou de surpresa um dia desses proporcionando a mim, e parte da minha família buscapé, à conhecer o Copacabana Palace Hotel. Sim, senhor... o mais charmoso e famoso hotel de Copacabana teve o privilégio de receber ilustres iguaçuanos, paraenses e cariocas da clara!
E foi no banheiro da piscina do Copa, como intimamente decidi chamar o hotel, afinal já nos conhecemos pessoalmente ... Aí que loucura! Como diria Narciza, a vizinha!! Que percebi que eu e os banheiros temos boas histórias para dividir com vocês.
Mas para entenderem todas as minhas divagações no banheiro da piscina do Copa, é preciso primeiro falar de outros que conheci por aí. Os banheiros plebeus. O primeiro de que me lembrei foi de um banheiro na estação de travessia da balsa, em São Domingos do Araguaia. Era tão precário, de madeira e sujo, que decidi levar meu filho mais novo para fazer número 1 no “matinho” mesmo. Já visitei outros banheiros plebleus, como os de rodoviárias, mais acho que nenhum supera os banheiros das paradas de ônibus do interior do norte e do nordeste. Já viajei de busão entre Rio-Maranhão, Rio-Carajás, Maranhão-Rio Grande do Norte e as paradas escolhidas pelas empresas de ônibus nos fazem pensar que o critério de escolha seja algo do tipo: o pior que conseguirmos. Outro banheiro TOP no ranking dos plebeus foi o que achamos numa viagem entre Carajás (PA) e Macau (RN). Depois de mais ou menos 12 horas de viagem de trem partindo de Carajás (sem comentários sobre o banheiro do trem!) chegamos a Imperatriz as 18 hs onde devíamos esperar o ônibus para Fortaleza que partiria dali as 23 hs. Sophia, então com 2 anos e eu grávida de João, estava cansada e muito suada pois o calor era grande. Resolvi procurar um lugar onde pudesse usar um banheiro para dar um banho nela e prepara-la para conseguir enfrentar mais umas 12 hs de viagem até o destino final. Em frente a rodoviária de Imperatriz achei um “hotel”, se é que aquela pensão merecesse o nome de hotel que estava na placa da fachada. A proprietária/recepcionista foi muito atenciosa e eu expliquei minha intenção. Ela mais que depressa me levou até o quintal, me apresentou ao tanque e a cuia e disse: - Fique a vontade minha filha, pode dar banho no seu bebê. Eu não me fiz de rogada, e Sof adorou a água bem geladinha do “banho de cuia” que custou bem baratinho. Claro, não é porque o banho era no tanque que seria de graça, né. Troquei roupa, fralda e ela ficou renovada. Marcello quase chorava diante do quadro, que era para ele dramático e para mim hilário e refrescante!!! Posto isso, acho que já me fiz clara para que vocês entendam minha completa falta de simpatia, quase raiva, ao ler o relato num blog de “patricinhas muderninhas” sobre a falta de lugar para apoiar a “bolsa tipo carteira” num banheiro de um restaurante 5 estrelas do Rio de Janeiro. No texto ela criticava o restaurante pela falta de preparo da direção em adaptar seus banheiros as tendências da moda feminina. Fala sério ... apoio para a bolsa-carteira Prada, LV ou sei lá o quê da patricinha?!! Minha filha se você estivesse apertada mesmo, tenho certeza que essa preocupação não passaria pela sua cabeça.
Antes de voltar ao banheiro do Copa, tenho mais uma sobre banheiros de rodoviária. Lá pelos idos dos anos 80, quando eu era um lindo bebê de 1 ou 2 anos (qua qua qua, não acreditem nesta matemática) estávamos indo, eu, minhas primas e titia do Rio para São Paulo. Naquela época, era comum pegarmos o ônibus da meia-noite saindo do Rio. Como era inverno e chegamos em SP muito cedo, o frio era intenso. Eu dormia como o anjo que sou (qua qua qua) no colo da minha tia. Enquanto esperávamos minha madrinha chegar para nos apanhar, titia resolveu esperar sentada numa cadeira que ela encontrou dentro do banheiro, pois era o lugar mais quente dali. Foi aí que as outras pessoas ao saírem do banheiro, olhavam para minha tia e eu dormindo e deixavam ao lado dela dinheiro. Peennnse na cena!!
Voltando ao banheiro do Copa. Nós, cidadãos comuns, conhecedores das realidades mais duras de nosso país, imaginamos um banheiro de piscina sem requinte, pisos e revestimentos resistentes à água e espaço moderado. Ledo engano, caro plebeu. O banheiro da piscina do Copa, é espaçoso, sem um azulejo (acho que era papel de parede), pufs estofados e com mais espelho que quarto de motel. Isso sem falar das toalhinhas individuais de algodão, muito bem dobradas e arrumadas dentro de cestas de vime para as princesinhas secarem as mãos. É amigos, nada de papeleira com papel-toalha e recadinho “duas folhas bastam para secar as mãos”. Isso é coisa de pobre. Ou melhor, de plebeu!

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