terça-feira, 19 de junho de 2012

Saudades


Ah, que saudades, meus amigos! Que vontade de ter de novo essa ânsia de pôr no papel as letras do meu pensamento. A vontade de me sentir com vocês, outra vez, como antes, num papo gostoso.  O teclado me atraia, mas eu estava vazia. O verbo não fluía. O pensamento não vinha. Porém quando nossos olhos veem e nossos ouvidos ouvem, nossa cabeça se enche de conjecturas, análises, preces e agradecimentos ao Deus maravilhoso que a todo instante nos convida a conhecer, refletir, melhorar, crescer. Durante o final de semana fui bombardeada de informações que ficaram gravitando em volta de mim...Precisava escrever.
“Chorar no papel”. Essa frase não é minha. É da escritora Eliana Zagui, explicando  numa entrevista como nasceu seu livro: “Pulmão de Aço – Uma vida no maior hospital do Brasil”. Nele ela conta sua trajetória de 36 anos morando no hospital das Clínicas em SP depois que a poliomielite lhe causou graves paralisias, deixando-a praticamente sem movimentos e com dificuldade para respirar sozinha. Porém mesmo assim, ela escreve e digita com a caneta na boca, pinta, estudou inglês e italiano. Como podemos, ó Pai, nos revoltar com provações tão menores que a que essa irmã enfrenta? Como podemos duvidar da diferença das dádivas do céu e dos bens da Terra? Estamos sempre querendo o pódio, mas não queremos correr a corrida. Pobres materialistas, que não querem tirar seus pés da Terra e voltar suas mentes, inteligências e vontades para o céu! Preferem permanecer displicentemente apegados as suas paixões e conquistas terrenas.
A verdade não deixa de ser verdade porque você, ou eu, ou nós, não acreditamos nela. A verdade é. Ela independe de nós. Para o homem medieval um carro era algo “impossível”. Nem precisarmos ir tão longe, para o homem da década de 20 o fax era “impossível”. Contudo, eles sempre foram possíveis. Tudo que a humanidade fez, sempre foi possível, os recursos já existiam, faltava apenas a inteligência e a vontade humana em fazer. No quesito inteligência não tenho muito a falar, tudo que a humanidade se propôs a fazer, mais dia menos dia ela fez. O problema está na vontade, na vontade de fazer certo. Na década de 70 um arquiteto americano teve seu diploma cassado porque ousou construir uma casa com lixo, hoje diríamos com resíduos descartados. Algum tempo depois e com o planeta ameaçado, ele  não só recebeu o diploma de volta como também o título de “visionário”. Mais será que temos que destruir para descobrir depois, que poderíamos fazer melhor? Quantas tecnologias são conhecidas do homem e que podem causar impactos menores ao planeta e ao próprio homem e não são utilizadas por causa de personalidades ególatras, vaidosas, ambiciosas de pessoas e nações?  Pode-se gerar energia com o sol, o vento, e até excrementos. Isso para eu que sou leiga, porque devem existir outras fontes que desconheço. Mais o homem continua construindo usinas nucleares e inundando reservas.  Foi apresentado na Rio + 20 um ônibus que usa a tecnologia da levitação. Oras bolas ... o homem da Terra já descobriu que é possível um ônibus levitar, ele apenas ainda não domina os recursos materiais capazes de viabilizar esta produção em grande escala, mas continua achando-se no direito de rir e chamar de fantasia ou de impossível  a concepção das cidades espirituais reveladas nas obras mediúnicas. Homem-criança, que só pode crer no que toca,  que já descobriu a divisão do átomo, que já conhece tantas leis da química e da física, e ainda sim não quer crer numa vida fora da matéria mais grossa. Ainda não aprendeu que ele apesar de já conhecer tudo isso, todos os dias se depara com novas descobertas, novas possibilidades. Então porque não partir do princípio de que: sim, é possível que eu não saiba de tudo. É possível que eu não esteja vendo e sentindo tudo. É possível que eu não esteja me lembrando de tudo.
Pobre criança perdida, que não vê que mesmo sem ela crer a verdade divina não mudará.