segunda-feira, 28 de março de 2011

Lição Musical

Hoje quero falar de música. E vocês devem estranhar, era esperado que o Marcello falase sobre isso. Afinal, não sou hemorragicamente fã de ninguém nesta área, e não tenho a menor paciência para comprar CD's. Mais é claro que não sou alheia a esta maravilhosa forma de poesia e comunicação. E, as vezes escuto uma música e não a ouço, de verdade. Isso aconteceu comigo este final de semana quando ouvi a história de Estevão e Regina Casé com a música "Conselho". Pirei!!! Como nunca tinha prestado atenção naquela letra? Naquela lição? Parece que com música é assim mesmo, o autor ao escrever pode estar falando de um amor ou de uma dor de cotovelo, mas nós temos outra forma de ouvi-la e admirá-la. Quando eu era uma menina, dos 7 ou 8 anos, ao voltar a morar com minha mãe, vi na música "De volta pro aconchego", na voz de Elba, uma homenagem a ela, e uma tradução de tudo que eu sentia naqueles tempos. Me trancava no quarto e ficava ouvindo a música e ensaiando uma coreografia para apresentar a minha mãe. Não me lembro se cheguei a dançar, mais pra mim aquela música sempre irá falar de uma relação de mãe e filha.  Diante de tantas belezas que a música popular brasileira produziu, fico triste só de lembrar dos rebolations e funk do frango assado da vida!!! Ô dó!
Peço licença então, a todos esses inspirados autores para citar algumas:

"Deixe de lado esse baixo astral
Erga a cabeça enfrente o mal
Que agindo assim será vital para o seu coração
É que em cada experiência se aprende uma lição ..."



"Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade
Que bom, poder tá contigo de novo, ..."



"Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo
Mas aprendendo a jogar..."



"Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer

Olhos nos olhos
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

E que venho até remoçando
Me pego cantando sem mais nem porque..."



"Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta

Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que rí
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre..."


E pra vocês, QUAL É A MÚSICA ????

sábado, 26 de março de 2011

Pato no Tucupi

Meu primeiro texto foi uma reflexão sobre meu amor ao Rio. E é tudo verdade. Senti e chorei tudo aquilo caminhando pelo centro da cidade. Mas, é que me senti em falta com o Pará. E os 14, quase 15 anos que vivi lá? Não merecem algumas palavras? Claro que sim! Além de ter trazido de lá dois indinhos brancos lindos, passei de carioca à paraoca (entendeu, né?). Dizem até que estou com sotaque. Aliás isso é típico dos cariocas. Os outros é que tem sotaque, vocês não... Seixx, é isso mermo! Me desculpem os mermãos cariocas, mais vocês não sabem a diferença entre Pará, Maranhão ou Paraíba. Pois eu lhes digo: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. O Pará é Pai d'égua. Não entendeu? Pai d'égua é sempre maior, serve pra definir tudo quanto é mais bonito e melhor, já explicava a música. O Pará é cor de açaí e tucupi. É o cheiro das ervas do Ver-o-Peso. É fé em Nazaré, é o Círio (Feliz Círio, dizem os paraenses). É música com Nilson Chaves, Lucinha Bastos, Sebastião Tapajós e claro o mestre Pinduca. O Pará é seu povo moreno.
O Pará me deu grandes amigos, uma familia, com certeza. Me deu a incrível oportunidade de conhecer a Doutrina amorosa de Jesus, me deu a desinibição de me lançar ao carimbó sem ligar se os outros estão pensando que sou uma chinesa no samba. Por tudo isso quero convidá-los a amar o Pará. Googlem (não conhecem esse verbo?!): Alter do Chão; Marajó; Lucinha Bastos; Carajás; Mosqueiro;Salinas; Santarém ...
Salve o Pará!

Amigos

Coisa sensacional essa. Deliciosa, mesmo!
A sensação de estar ligado ao outro por coisas rotineiras, estar junto na hora triste, na hora alegre. Conhecer, pelo menos um pouco, esse outro que vai se chegando a sua vida e vira "o parente que escolhemos". Adoro pensar nos meus amigos, que mesmo quando mostro meu lado mau humorado, ou digo a verdade que ele não quer ouvir (nuu, isso é difícil, se passar do ponto vira maldade!), mesmo depois disso, podermos de novo partilhar uma gargalhada. Porque amigo que melindra com brigas, achaques ou outros percalços, é apenas candidato a amigo, esta exercitando a qualidade da amizade. Porque ela, a amizade, requer perdão, compreensão, bem querer. E veja bem que não falei concordar. Quero-o a todos. Cada um a seu jeito. Com cada um, uma história, um bordão, uma linguagem a se desenvolver: almoços intermináveis e barulhentos, as vezes até com banho de chuva; jogos de futebol xingados e gazebos intímos; longas conversas e lembranças do tempo de escola e desejos para o futuro; mineira e gostosamente conversar e tomar um cafezinho a tarde na mesa redonda da cozinha; trocar  corujices sobre os pimpolhos; enfim, na ausência (temporária e material) da grande amiga, minha mãezinha, ficam vocês, para me alegrar, consolar, aconselhar e fazer cafuné. Amo cafuné. Amo vocês.

A Simplicidade

A simplicidade é prova dificílima.
Não é a toa que vivemos tempos de blogs, big brothers, faces e outras tantas formas de aparecer. Destacar-se. Ser especial. É o desejo de quase todos. Eu mesmo confesso, gosto de usar as redes sociais e tirar e postar muitas fotos (é bem verdade que a silueta tem me impedido de fazer isso com mais frequência). Sim porque ninguém quer aparecer, ser popular, ser especial, pelo seu lado feio. Mas voltando ao tema, vamos pensar na simplicidade e no anonimato: Quem já fez regressão e descobriu ser o Seu Zé das Couves? Não! Todo mundo foi Luis XV ou Cleópatra (eu me contento com Nefertiti! KKK) Ninguém quer ficar na multidão, perdido. Por mais que diga - Eu não sou assim... Tá bom, sei! Vai dizer que nunca quis ser o primeiro a ser escolhido pra peça do colégio, não quis ser o craque do time dos garotos, que nunca pensou que ia revolucionar sua profissão após sair da faculdade?!! Pois é, o tempo passa e, se não nos tornamos o "mostro sagrado" começamos a sonhar com a fama dos filhos. Passamos a querer ser mães de Obamas e Giseles. [E olha aí outra armadilha. Porque a qualidade masculina escolhida foi a inteligencia e o poder, e a feminina foi a beleza? Como essas convenções sociais se apossam do nosso inconsciente?] O que quero é exercitar a felicidade de ser simples. Sentir alegria e realização mesmo sem ser a Chieko Aoki (a ban ban ban da hotelaria). Ser feliz e realizada sendo só Eu. É preciso ver a grandeza nas conquistas sobre nós mesmos. Nas transformações que vamos lapidando ao longo dos anos na incansável e necessária luta para substituir formas por conteúdos, vícios por virtudes, revoltas por resignação, alienação por conhecimento. Não preciso ser a melhor disso ou daquilo, preciso ser uma EU melhor que antes. Para terminar esta reflexão preciso dizer que ela está comigo desde que conheci o caseiro do sítio do Sr. Iraci, lá em Oliveira. O tiozinho, que não consegui gravar o nome, é de uma simplicidade feliz que me comoveu. Eu o vi apenas uma vez, há uns 2 anos atrás e mesmo não tento gravado o nome dele nunca esqueci seus olhos. Uma lição de vida. Não precisamos ser Bill Gates para saber que vencemos na vida. As batalhas mais importantes são travadas interiormente. Fica o convite para trazer isso a razão e descobrirmos a felicidade nas conquistas da alma!

Pensamentos de um dia de Verão

Ah...meus amigos, meu coração está pequeno.
Pequeno de saudades de coisas que vivi e de outras que só tenho as intuições de que vivi. Acho que já vivi aqui em outro tempo, em outra EU. Falo de um amor pela cidade do Rio que não sei explicar, ou melhor, que acredito não ter começado nesta vida. De um amor que me faz querer andar de ônibus e sentar na janela (minha irmã disse: vai de metrô. Eu não! eu pensei), de andar de elevador panorâmico, de não desgrudar os olhos das cenas, dos prédios, dos rostos. Ah! Saudade do que não deu tempo de viver aqui. Ah! Vontade de fazer parte dessa cidade, de conhecer suas ruas, suas praças, seus bairros, suas belezas. Quando estou longe é um amor platônico, quase esquecido, mais quando estou aqui é um amor doído. Dor de não fazer parte dela. Ando pelas ruas do centro, vou a Colombo, vejo a praça Tiradentes, Rua do Lavradio e é fascinante, e me leva ao passado, a diferentes tempos:
* No saara, rua Sr. dos Passos,  sou menina e passeio por aqui de mãos dadas com mamãe.
* Na Praça Pio X, Presidente Vargas, sou a jovem recém formada e sonhadora, achando que carreira é a única conquista a ser feita.
Rio, pena que nem todos te amam. Suas ruas estão sujas, cheia de pixações e medo, que impede muitos admiradores e amantes a se entregarem a elas em longos passeios!
Salve o Rio!