terça-feira, 27 de setembro de 2011

Petit Gateau

Insondáveis são os caminhos do Cristo para nos conduzir na caminhada evolutiva na Terra!
 Em Carajás há alguns anos atrás ouvi uma palestra do Sr. Quincas, onde ele dizia que hoje em dia, todos nós traçamos nossas metas para nos aprimorar na nossa formação profissional, planejamos nossos MBAs, mestrados, estudo de novas línguas e estamos sempre pensando em como fazer nosso currículo profissional atualizar, mas que esquecemos de fazer isso com nosso currículo cristão. Que assim como colocamos metas para sermos melhores profissionais, devemos também ter nossas metas para sermos melhores cristão, consequentemente melhores pessoas, de tempos em tempos. Ele sugeriu que pelo menos a cada 03 anos devemos ter nos tornado melhores espíritas, católicos ou evangélicos, dependendo da nossa religião, do que fôramos 03 anos antes. Isto me marcou bastante. Achei muito coerente e tenho tentado ser uma cristã melhor que antes. E acredito que estou conseguindo melhorar. Para embasar esta minha afirmação, vou lhes contar agora uma história de 10 anos atrás.
Em outubro de 2001, grávida da minha primeira filha, ao comentar com minha gerente (que era paraense) que iria à Belém para assistir ao Círio de Nazaré, na companhia de meu marido, uma amiga e sua colega de república, ela então falou que eu não poderia deixar de ir ao restaurante X, na ainda nova, região das Docas e provar um bolinho de chocolate, com chocolate quente derretido por dentro e servido com sorvete de creme. Minha boca encheu d´água desde a hora que ela começou a descrever como era o tal bolinho, o lugar onde ele era servido e etc e tal. Aquela altura já estava quase me esquecendo que ia à Belém para o Círio e só pensava no tal bolinho. Aliás, para falar dessa viagem como ela merece precisaria escrever um livro, pois aí poderia contar: como foi chegar ao hotel, como era a toalha de banho que encontramos como era o café da manhã (melancia à vontade), do chuveiro que caiu na minha cabeça enquanto tomava banho, e muito mais coisas até a hora de voltarmos para Carajás. Uma verdadeira comédia pastelão. Bom, mais voltando ao Petit Gateau... Depois de muito falar, durante muito tempo, na cabeça de todos que tínhamos que ir a Docas e comer o tal bolinho conseguimos chegar lá. Ao chegarmos lá, eu quase que correndo em direção ao restaurante indicado, a amiga da minha amiga resolve que não quer comer lá ... surtei, xinguei, dei pitti e estraguei o resto do clima do feriado. Durante muito tempo não admiti que eu tinha agido errado. Achava que minha vontade deveria ter sido soberana e que a culpa dos pittis e xingamentos não era da minha falta de educação e egoísmo mais sim do excesso de hormônios e desejos da gravidez. Bom, passados uns anos, ainda morando em Carajás, eu já era capaz de reconhecer que havia sido mal-educada. E até aprendi a fazer petit gateau para não passar mais vontade. Um passo dado, pelo menos, reconheci minha falta de educação. Mais aí, a amiga da minha amiga não morava mais lá e não precisava pedir desculpas. Só que alguns anos depois, já em Campos, descubro uma paixão. Um orador que me abduz a outro universo toda vez que o ouço. Ele é um estudioso do Novo Testamento e também várias obras espíritas que me faz ter vontade de ficar perto dele, de conhece-lo, e dizer: Você é o cara! Na alegria de descobrir uma fonte de conhecimento e esclarecimento tão fascinante, escrevo aos amigos espíritas de Carajás para conhecê-lo. É ai que minha amiga, aquela que foi conosco à Belém, me conta: - Noosssa, conheço ele demais, já tomou café lá em casa! Lembra aquela minha amiga de república que foi conosco à Belém? E eu respondi: - Qual, aquela com quem dei pitti? Lembro! E minha amiga dispara: - Essa mesma, ela é a esposa dele!
Ai, ai, ai, que mundo pequeno... fiquei passada. Agora estou apaixonada pelo marido dela (apaixonada pelo conhecimento que ele tem e vem nos oferecendo em suas palestras). Se pudesse estar com ela eu diria: - Ei “fulana”, será que você, e sua família, não querem fazer uma visita a minha família? Vou preparar um lanche para nós, com direito a Petit Gateau e pedido de desculpas pela minha grosseria de outrora.
Ô mundo pequeno... quase todo dia assisto uma palestra dele na internet, e além de prestar muita atenção nas lições reparo sempre na aliança, como se ela me lembrasse a tarde que fomos as Docas, em Belém!

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