domingo, 4 de setembro de 2011

Monstros S.A.

Você já assistiu a este filme de animação? O que pode falar dele?
E o Jornal Nacional, Tele-jornais em geral? Já assistiu? O que acha deles? Sobre o que falam? Já assistiu Cidades e Soluções, Ação, Globo Rural, Mundo S.A., Globo Universidade?
Posso estar enganada, mas acho que as respostas SIM para os telejornais serão quase que de 100%. Para o filme de animação alguns responderão que sim, assistiram, mais era só um “desenho animado” e alguns poucos, para não ser pessimista, digamos que metade dos leitores já assistiu aos outros programas questionados.
A onde quero chegar? O que eles têm em comum? Uns são como nós, a maioria da humanidade, só enfiam a cabeça na terra como avestruzes. Os outros são como os trabalhadores de boa-vontade, estão sempre em busca da transformação, da renovação. Sempre me impressiona a capacidade que temos de propagar e propagandear as notícias tristes, a violência, a corrupção e calar diante de notícias inovadoras, surpreendentes, boas na sua essência mais completamente diferente do “convencionado”.
Hoje, domingo, passou a segunda e última parte de uma reportagem sobre os Biodigestores. Uma nova forma de tratar os “dejetos” gerados pelos grandes rebanhos comerciais, sejam bovinos, suínos ou as granjas. Mais o que são “dejetos”? Nada mais do que cocô, bosta, caquinha, estrume... é, isso mesmo. Você, ser urbano, que acha que o leite nasce na caixinha e que nem imagina como é um toucinho de barriga, já havia parado para pensar que a grande quantidade de dejetos produzidos por essas criações é uma ameaça ao meio-ambiente e até contribui para o aquecimento global? Pois é, mas é a mais pura verdade. E aí vem o conhecimento, a tecnologia, o interesse e a iniciativa de algumas pessoas de boa-vontade, que não se contentam em apenas reclamar da vida e fazer sempre tudo igual e desenvolvem um processo (o tal do biodigestor) que transforma os dejetos, a caquinha, no bom coloquial, em energia, em biofertilizante e em equilíbrio ecológico, ao queimar o gás metano que iria para a atmosfera. Além destas conquistas que por si só, já seriam razão suficiente para que todas as propriedades produtivas tivessem seus biodigestores, ainda traz outro benefício: uma renda maior para o produtor (eles estão vendendo energia elétrica) e com isso o desejo das próximas gerações continuarem no campo. Sim, porque com qualidade de vida, retorno financeiro ao seu trabalho duro, consciência e manejos limpos no campo, beleza natural e ar puro o quê que eles vão fazer na cidade?
O que alguns podem não perceber é que a capacidade de gerar energia a partir do cocô (me desculpem se insisto na forma pejorativa e popular do termo, mais só ela pode dar a dimensão do contra-senso que a humanidade se lança) é uma opção para, senão substituir as outras formas de produção de energia no mundo, pelo menos complementa-las. Estão alcançando a dimensão disto: no Brasil temos apagões, no Japão crise por causa da contaminação nuclear, no oriente médio guerras sangrentas por causa do petróleo, em Belo Monte discussões infinitas entre os impactos ambientais da construção de mais uma hidroelétrica e seus benefícios? Eu sei que não entendo quase nada de hidroelétricas, indústria do petróleo, ou energia nuclear, mais tenho certeza absoluta que sempre há uma forma mais limpa, ecológica, lógica e cristã para todos os processos que existem na Terra. O problema é que a humanidade ainda pensa que é descendente dos avestruzes e estão sempre buscando os caminhos mais difíceis, violentos, poluentes, menos eficientes para dar forma e movimento aos seus orgulhosos e vaidosos egos-criadores. Porque não sabíamos que cocô poderia virar energia há mais tempo? Porque tivemos que ir buscar este conhecimento depois de quase destruirmos o ecossistema terráqueo e quase findar com os recursos naturais do petróleo? Se os dejetos podem virar energia, quantos outros paradigmas e formas diferentes de se produzir, se relacionar com o mundo, com o próximo e com nossas próprias dores e doenças , existem e estamos ignorando, no sentido literal da palavra: desconhecer; ou ignorando, no sentido pejorativo da palavra: sendo burros para não ver o que é óbvio?!?
Vocês podem perguntar agora: Tá... entendi, mais porque o filme Monstros S.A. está misturado aqui?
Vocês lembram da história dele? Os bichos-papões do nosso inconsciente coletivo seriam na verdade aliens que precisam vir a Terra assustar e produzir o pânico nas crianças para obter energia produzida pelo susto e pelo medo das crianças, abastecendo assim seu mundo com energia. Contudo, um belo dia um monstrinho simpático, que depois de muitas confusões e situações engraçadas, descobre que a energia do riso é três vezes mais poderosa que a energia do medo. Claro que depois te uma tentativa de manter este segredo bem guardado, a qualquer custo, para não atrapalhar seus investimentos, o dono da empresa geradora de energia baseada no medo é descoberto,  desmascarado e punido. E todo aquele planeta reformula sua forma de gerar energia e são felizes para sempre! (e as crianças da Terra também, já que os bichos papões não mais existirião).
Fica então a pergunta que não quer calar: Quando vamos descobrir os caminhos do amor, do convívio, da partilha, da fraternidade, do perdão e deixar de lado os caminhos do egoísmo e do orgulho?
Todos precisamos quebrar paradigmas todos os dias. Grandes ou pequenos. Em âmbito individual ou coletivo. Eu quero passar de avestruz a trabalhadora de boa-vontade. Você quer?

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