sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Beija-Flor Minha escola, minha vida, meu amor

Meu povo e minha povoa,
Domingo foi o pontapé inicial para o desfile da Beija-Flor de 2012. Ou melhor para o desfile do BI, como disse um dos diretores de harmonia. Eu e Gustavo participamos, debaixo de uma chuva insistente, do primeiro ensaio técnico na Sapucaí. Aos 44 min. do segundo tempo o presidente da ala me ligou dizendo que eu poderia ir buscar as camisas que garantiriam o nosso acesso ao ensaio. Saí correndo da casa de amigos para avisar meu sobrinho e rumarmos ao samba... Uhhuuu Nova Iguaçu! Ou melhor dizendo: Uhhuuuuu Nilópolis! E lá fomos nós, devidamente encamisados. Eu estava super feliz, me sentindo completamente “local”,  pois tinha estado na quadra na última quinta e agora estava prestes a exercer meu dever mais uma vez de componente, disposta a dar sangue e suor (uiii, menos, muito menos.. vamos ficar com suor e chuva!) pela escola. Mas toda aquela empolgação de "fazer parte", de "ser local", de "ser componente" iria ser golpeada logo, logo.
Encontramos a escola já com as alas organizadas e tentado achar nossa ala, me dirigi a um homem que supostamente era um diretor de harmonia (já que a camisa dele era diferente das nossas) e toquei-o no ombro cumprimentando-o: Saudações nilopolitan ...Ele não deixou que eu completasse a frase, foi logo gritando: Eu não sei onde é a comercial, aqui é só comunidade, não sei nada de comercial! Diante da minha cara de susto pela sua reação grosseira, ele baixou o tom e tentou consertar, indicando outra pessoa para eu perguntar. Demos meia volta, eu e Gu, e continuamos buscando o nosso lugar "na formação". Não encontramos ninguém disposto a ajudar "a comercial". Então resolvemos ficar por ali observando tudo e todos, e olha que tinha muita figura engraçada. Porém continuava intrigada em saber se estava escrito na nossa testa "Ala Comercial" para o brodinho ter percebido tão rapidamente nossa condição. Enquanto nos perguntávamos isso, uma mulata de sorriso grande e jeito extrovertido cutucou Gustavo e perguntou: - Quais são as cores da escola? E Gustavo (ainda com aquela cara: será que é comigo mesmo!?) respondeu: azul e branco. Então a nossa mais nova amiga de infância disparou: - Então o que você está fazendo com essa bermuda preta!?!?? ... Nusinhôra! A ficha caiu... Olhamos em volta e descobrimos que não estava escrito em nossa testa, estava escrito em todo o nosso corpo. Todos usavam shorts, saias ou bermudas brancas, enfeites nos cabelos ou chapéus os mais variados, com e sem enfeites, as mulheres (e os do 3 sexo tb) estavam maquiadas e calçadas para fazer um show. Nos olhamos dos pés à cabeça, e ambos de: tênis, bermudas escuras, sem um adereço azul enfeitando cabelos ou cabeça, e eu sem ao menos um batonzinho. Conclusão: COMERCIAL - o segundo escalão dos componentes de um GRES (grêmio recreativo escola de samba). Meu diretor (Laíla) que me perdoe, mais componente de ala comercial que vai à quadra, participa de ensaio técnico com chuva  e ainda assim pula, dança e canta o samba até a praça da apoteose, merece consideração igual (ou até maior) de que os da comunidade.
Já é... fevereiro, me aguardem!

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